Convergência para locais de trabalho saudáveis

O desenvolvimento das condições de segurança e saúde no trabalho depende, em larga medida, da capacidade que for evidenciada em cada momento no sentido de dinamizar os múltiplos vetores em que assenta o sistema de prevenção de riscos profissionais no universo do MRDL conjugado com as políticas e diretrizes nacionais e europeias para esta matéria.

 A formação e informação dos atores a nível da Organização, seja a gestão de topo, os trabalhadores, e seus representantes ou o serviço de SHST, constitui uma prioridade para o êxito de qualquer política que sustente as ações a empreender, a diferentes níveis, para melhorar as condições de trabalho e elevar o nível de proteção e segurança e saúde dos trabalhadores.

Num mundo em transformação acelerada, decorrente de relevantes alterações económicas e sociais , em função das quais emergem novos riscos e novas prioridades de abordagem é fundamental que sejam reforçados os mecanismos para o efetivo desenvolvimento de uma cultura de segurança na Organização, assente em sistemas de prevenção, que permita melhorar, de forma sólida, a relação entre os profissionais e trabalho, privilegiando as competências, a motivação e a melhoria dos processos de trabalho.

A prevenção de riscos, é neste quadro, uma condição fundamental para que os trabalhadores tenham uma vida digna em sociedade e a Organização alcance sucesso. Trata-se de um conceito que abrange, de forma aberta, todas as valências que permitam eliminar ou reduzir uma multiplicidade de situações com incidência técnica, social, médica, psicológica e económica.  O presente Montepio RDL necessita de uma abordagem que permita estruturar conhecimentos e promover interações de forma integrada, pois, só com o reforço e capacidade de todos aqueles que diariamente contribuem para o funcionamento e desenvolvimento do Montepio RDL é possível garantir a consciência crescente e assegurar a promoção de níveis elevados de qualidade, segurança, saúde e bem-estar no seu local de trabalho. 

Pretende-se que ao longo do presente ano possamos reforçar os canais de comunicação, sabendo que existe espaço e liberdade para o efeito. A contribuição individual conta, as opiniões são um contributo para a melhoria e desenvolvimento dos locais de trabalho, as condições e situações vivenciadas diariamente por todos nós fornecem indicadores para a melhoria. O reporte a informação atualizada, o conhecimento, etc., são ferramentas pouco utilizadas, mas que fazem ou deveriam fazer toda a diferença. É uma questão de Cultura Organizacional que necessariamente tem do mudar com o contributo de todos. A nossa realidade Organizacional é conjunto de todas as partes, como um puzzle, onde a falta de uma peça, no local certo, deixa o mesmo imperfeito e inacabado.

Vamos iniciar avaliações de risco participativas paralelamente com a consulta aos trabalhadores em matéria de SHST, esta abordagem vai para além das avaliações de riscos tradicionais uma vez que integra, também, os riscos emergentes conforme referido anteriormente. Englobará os riscos psicossociais, ou seja, todos aqueles que não são facilmente visíveis, carecendo do contributo de cada colaborador, uma vez que o objetivo é evidenciar/identificar e quantificar aspetos vivenciados nos diversos locais de trabalho na perspetiva individual e de grupo. Estamos a falar do ambiente de trabalho (não relacionado com a temperatura, qualidade do ar, iluminação, etc.), stress, assédio moral, organização do trabalho (conteúdo, tempo de trabalho e estrutura da organização), a carga mental, liderança, mobbing[1], etc.

Ricardo Susano

Técnico de Higiene, Segurança e Trabalho


[1] Numa altura em que muito se fala em bullying, verifica-se que apenas se tem centrado o tema nas escolas e nos jovens. Mas há toda uma outra realidade, não menos grave que tem sido ignorada e que tem impactos graves na saúde mental das vítimas – o bullying no local de trabalho, ou seja, o mobbing

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